Ivan, o Terrível
Por : Unknown
Poucas
pessoas conseguiram identificar o vampirismo em Ivan, e menos ainda tiveram a
coragem de expor seus conhecimentos. Ivan IV foi grão-duque de Moscou desde os
três anos. Na tradição russa, é conhecido como Ivan Grozny, traduzido erroneamente como Ivan, o Terrível enquanto o certo seria Ivan, o Formidável.
Conto retirado do livro: “Genealogia Vampirica”
Capítulo XXI – Ivan, o Terrível
O
primeiro a usar o título de czar na Rússia, Ivan IV foi o grão-duque de Moscou
desde seus três anos de idade. Nascido em 1530, filho do grão-duque Vassilli
III, ficou órfão aos oito anos. Virou um refém do Kremlin, assistindo brigas
entre facções e sessões de torturas e execuções dos nobres. Assustado, Ivan se
apegou cada vez mais a Bíblia Sagrada, sendo considerado por muitos um obcecado
cristão ortodoxo.
Embora
os nobres acreditassem que por Ivan ser um garoto, eles poderiam fazer qualquer
coisa que quisessem, o garoto mandou prender o principal líder dos nobres, que
foi executado. Pouco depois, Ivan anunciou sua coroação como czar (o único dono
de todas as terras). Os nobres e praticamente toda a Europa duvidaram, pois o
título de grão-duque não lhe garantia um trono. Mas ele insistiu e se autocoroou.
Assim
que foi coroado czar, Ivan anunciou a toma dos bens dos nobres e da igreja, e
nomeou a si próprio como o poder religioso. Criou um tropa de soldados de
elite, conhecidos como Streltsky. Ivan estendeu os seus domínios por quase toda
a Europa. Porém, sua idoneidade de governante ficou manchada pela excessiva
crueldade que demonstrava para com seus súditos.
Cheios
de artimanhas e adoradores de sangue, sempre onde houver uma guerra você
encontrará um vampiro. Com Ivan não foi diferente. Depois de se tornar um
caçador da noite, criou uma polícia secreta, os Oprichniks, que nada mais se
tratava do que vassalos que lhe traziam comida. Torturou e assassinou todos os
suspeitos de traição, bebendo seus sangues.
Ivan
teve sete mulheres. Uma delas, em um frenesi, acabou secando. Num acesso de
raiva (também comum aos vampiros) matou acidentalmente seu filho mais velho Ivan Ivanovich. Após a conquista de Kazan, ordenou a construção da Catedral de São
Basílio para comemorar a conquista, e realizou entre 1555 à
1561, depois da construção ser terminada, arrancou os olhos do arquiteto para
que não pudesse construir outra coisa igual. Com a morte de sua primeira
esposa, Ivan recolheu-se em um mosteiro, onde aprendeu muito sobre vampirismo e
como deveria agir como soberano. Passou o restante da sua não-vida imerso em um
profundo remorso, misturado com atos cada vez mais cruéis e violentos com suas
vítimas.
Voltou
tempos depois, quando a população clamava por ordem nas ruas. Utilizando-se dos
Oprichniks para manter uma ordem. Matava qualquer pessoa que se opunha a seus
atos. Nunca lhe faltava sangue fresco de vítimas inocentes quando assim o
queria.
Alguns
acreditam que os Oprichniks eram na verdade todos vampiros. Embora alguns sejam
confirmados pela história, não se tem muita informação sobre a veracidade
destes fatos. Ivan se suicidou com uma estaca no peito, louco, em 1584, deixando
apenas cinzas em seu quarto. Acreditaram por muito tempo que ele havia ido
embora (já que não se teve um corpo), mas os entendedores de vampirismo sabiam
o que realmente havia acontecido.
Uma
grande verdade que sempre foi dita é que quanto mais afastado de políticas e
cargos públicos, mais vive um vampiro. Também devem evitar família e religião. Por serem amaldiçoados,
podem ficar paranóicos caso sigam alguma fé. Embora tenham suas regras de conduta
pessoal, todos devem obedecer as leis gerais, deixadas por Caim.
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Ciclo II - Vampirismo
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Vlad Drácula
Por : Unknown
Não
tem como fazer um ciclo de vampirismo sem falar sobre o Drácula. Sem dúvidas
ele é o vampiro mais conhecido do mundo. Erroneamente, muitas pessoas acreditam
que Drácula é o rei dos vampiros, quando na verdade ele somente foi mais um
deles. Talvez seu posto como voivoda da Valáquia e a obra de Bram Stoker (Drácula
- 1897)
tenham influenciado nesta comparação.
Conto retirado do livro: “Genealogia Vampirica”
Capítulo XIII – Vlad Drácula
Pouco
se sabe sobre a infância de Vlad III. Apenas que ele nasceu em 1431, na
Transilvânia. Naqueles tempos, Vlad II, seu pai, estava exilado na
Transilvânia. Vlad II era um membro da Ordem do Dragão e adotou o nome Dracul
(dragão), passando a ser mais conhecido como Vlad Dracul.
Logo
que nasceu, Vlad III recebeu logo um apelido: Drácula, o filho do Dragão.
Passou toda a vida sendo conhecido como Vlad Drácula ou apenas Drácula. Quando
em 1436, Vlad Dracul conseguiu retomar o trono da Valáquia, Drácula começou
seus estudos nobres com sua mãe. Dracula aprendeu tudo o que poderia para ser
um nobre Cavaleiro Cristão, guerra e paz eram palavras regularmente encontradas
em suas lições. Mesmo com o governo do pai, a situação da Valáquia continuava
instável. O poder militar dos turcos crescia rapidamente enquanto pequenos
estados sucumbiam perante os otomanos. A Valáquia nada mais era que um estado
subordinado da Hungria, que por tanto deveria pagar tributo em troca de
proteção.
Drácula
e sua família tentaram permanecer neutros enquanto os turcos invadiam a
Transilvânia. Os turcos foram vencidos pelos húngaros. Seus mestres,
vingativos, forçaram Vlad Dracul e sua família fugir da Valáquia. Vlad Dracul então se aliou aos turcos e voltou
a ser o soberano da Valáquia. Em troca, enviou seus dois filhos mais novos para
o sultão turco, como escravos, em agradecimento. Drácula permaneceu como refém
em Adrianopla até meados de 1448. Com a notícia da morte do pai, os turcos
enviaram Drácula para assumir o trono.
Não
se sabe como ocorreu, mas quando voltou de Adrianopla Vlad Drácula já era um
caçador da noite. Muitos afirmam que o sultão era um vampiro, outros acreditam
que durante sua volta Drácula fora atacado por um caçador da noite. Mesmo com
os esforços do sultão a Hungria, comandada por Corvino, conseguiu mais uma vez
expulsar a família de Drácula da Valáquia. Vlad se viu obrigado a buscar abrigo
com um primo na Moldávia. Em 1451 o príncipe da Moldavia foi assassinado e,
durante a confusão, Vlad se viu obrigado a voltar para a Transilvânia e buscar
proteção com Corvino.
A
ideia havia saído melhor do que ele imaginava. O comandante que Corvino havia
colocado na Valáquia estava desafiando suas ordens e ele precisava de um outro
soberano no local. Usando seus poderes persuasivos, Drácula se tornou súdito de
Corvino e recebeu os antigos ducados da Transilvânia de seu pai, Faragas e
Almas. Vlad continuou na Transilvânia até 1456 esperando o momento ideal para
retomar a Valáquia de Corvino.
Quando
Corvino lançou um ataque mal sucedido sob a Sérvia, Drácula invadiu a Valáquia
e conquistou o território. Com Corvino morto e a Valáquia sob seu comando, ele
teve de apoiar os turcos novamente, até consolidar sua posição como soberano.
Vlad Drácula havia se tornado um monstro sanguinário, como os antigos já diziam
“o sangue vicia”. Matava seus servos para comer suas carnes encharcadas de
sangue, empalava seus inimigos e cidadãos de seu próprio reino como castigo. Foi
também durante este tempo que Drácula lançou um ataque contra os turcos. Se
casou com uma nobre húngara e teve dois filhos.
Foi
então que Drácula foi traído pelo seu próprio povo. Teve muito pouco tempo para
ganhar apoio antes de um grande exército turco invadisse a Valáquia determinado
a devolver o trono a Basarab. Drácula foi morto em batalha contra os turcos
perto da pequena cidade de Bucareste em dezembro de 1476. Não se sabe
exatamente o que aconteceu durante aquela batalha, alguns dizem que ele fora assassinado
por burgueses Valáquianos enquanto buscava proteção (pouco provável, já que
Vlad tinha sentidos muito mais apurados que qualquer burguês); outros dizem que
ele caiu vencido, rodeado pelos homens de sua segurança; outra versão é a de
que Drácula foi morto acidentalmente por um de seus homens no momento da
vitória. Logo a condessa húngara, sua esposa, providenciou um corpo de animal
que fora enterrado em sua cova (já que bem sabemos que os vampiros ao morrerem
viram cinzas) mantendo o segredo de Drácula.
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Ciclo II - Vampirismo
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Erzsébet Bathory
Por : Unknown
Olá. Voltei aqui com uma
história que sempre tive vontade de escrever. Erzsébet Bathory. Muitos já devem
ter escutado a história da condessa Bathory, que adorava se banhar em sangue
das criadas que matava. Mas o que muitos desconhecem é que Erzsébet na verdade
era uma vampira. Viveu muito pouco tempo, isso nenhum vampiro nega, mas deixou
uma lição para todos os outros.
Conto retirado do livro: “Genealogia Vampirica”
Capítulo XXVI - Erzsébet Bathory
Quando a pequena Erzsébet
Bathory nasceu na Hungria, poucos sabiam o destino escuro e pavoroso que esta
mulher levaria. Erzsébet era uma criança incontrolável e possuía um rancor
muito grande em seu coração.
Desde pequena era vaidosa e
bela. Ainda aos onze anos de idade ficou noiva do conde Nádasdy, passando assim
a viver em seu castelo. Nádasdy era militar e frequentemente tinha de deixar
sua casa, foi então que Erzsébet começou a se envolver sexualmente com outros
homens e mulheres.
Era fissurada pela beleza e
juventude de seus amantes. Queria a todo custo manter sua beleza e aparência.
Foi durante essa época que a condessa conheceu Anna Darvulia, uma serva que
havia acabado de ser contratada para trabalhar no castelo.
Anna era uma mulher muito jovem
e sedutora, sempre carregava um semblante de mistério que encantava a condessa.
Erzsébet se sentia muito atraída pela mulher e se aproximava cada vez mais
daquela que a levaria ao seu fim. Logo Erzsébet sabia que Anna era na verdade
uma caçadora da noite. Sem pensar duas vezes, a condessa se ofereceu para a
transformação. Queria ser jovem, queria viver eternamente, assim como Anna. Sem
mais o que fazer, a criada atendeu a condessa.
Pouco tempo depois a notícia da
morte do conde Nádasdy deixou todo o castelo em luto. Com os filhos adultos e
sem mais o marido para lhe prender, Erzsébet deixou o castelo junto com Anna e
foram morar em uma antiga propriedade da família da condessa. Anna a ensinava
como deveria se alimentar de sangue humano para permanecesse jovem para sempre.
Contratavam mulheres para serem
suas servas e elas sempre “fugiam” ou eram encontradas mortas por “acidentes”.
Na verdade, a condessa e Anna matavam-nas e bebiam seu sangue. Matar já não
satisfazia mais a ira de Erzsébet, ela então criou uma poderosa sala de tortura
no solar onde moravam.
Com o tempo se alimentar também
não a satisfazia. Não era apenas a questão de saciar sua fome, queria a pele
mais jovem do que era, queria voltar no tempo. Anna então a ensinou os banhos
de sangue, onde a pele se tornava tão jovem como a de uma adolescente.
Os boatos de que todas as
servas que trabalhavam para a condessa Bathoty morriam começaram a se espalhar
por toda a região. Logo, as mulheres se recusavam a trabalhar no solar dos
Bathory. Anna sugeriu que fossem embora, mas o orgulho de Erzsébet falava mais
alto. Com a falta de servas e querendo manter sua beleza, Erzsébet convidou e
matou uma jovem de estirpe e encobriu seu crime dizendo que havia sido um
suicídio.
Naquele verão, em 1610, as
primeiras investigações contra a condessa surgiram. O interesse nem era saber
se ela havia matado aquelas mulheres realmente. O interesse era apenas
confiscar os seus bens para pagar suas dívidas com o Rei.
Quando o inverno chegou,
Erzsébet estava presa. Uma agenda com o nome de cada vítima foi apresentada,
contendo a própria letra de Erzsébet. Foram 650 vítimas, todas registradas no
caderno. O mais marcante, porém, é que os juízes nunca tiveram provas concretas
das torturas que Erzsébet fazia em seu solar. Foram apresentados apenas o
caderno e relatos de testemunhas em seu julgamento.
Anna foi condenada a morte e
executada na frente de Erzsébet. Já a condessa foi aprisionada em um cômodo sem
janelas ou portas em um castelo antigo. Três anos depois quando notaram a falta
de Erzsébet, entraram no cômodo. Não havia nada além de muitos pratos de comida
intactos e uma pilha de cinzas pelo chão.
Muitos acreditam que a condessa
Bathory, passando por frenesi e com muita fome, acabou tirando a própria vida
dentro de sua prisão. O fato é que quando os vampiros haviam decidido mostrar
sua existência, a história de Erzsébet Bathory os provou que deveriam ficar no
anonimato, onde permanecem até hoje.
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Ciclo II - Vampirismo
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1796 – A sombra da Guerra
Por : Unknown
Fala
galera, bom eu não sou muito bom com vampirismo, mas espero que gostem do texto
que preparei para hoje. É sobre uma transformação durante a revolução francesa,
no ano de 1796 na batalha do arquiduque Carlos da Áustria com Jourdan da
França.
Retirado do livro "1796"
Capítulo II – A sombra da Guerra
O
homem claramente vestia o uniforme do exército alemão. Pierre então percebeu
que morreria ali. Suas roupas estavam encharcadas de sangue, sentia também o
gosto ferroso em sua boca. Os olhos ardiam como se pegassem fogo.
-
Vejo que despertou. – disse o homem enquanto se sentava sobre alguns corpos.
Suas roupas estavam completamente banhadas de sangue e trazia em seu rosto um
sorriso sinistro. Os olhos fundos, a face magra; deveria ser um homem de meia
idade. – Você deve estar faminto.
Pierre
sentia fome. Levantou-se cuidadosamente, seu ferimento na barriga ainda
sangrava. Afastou-se um pouco do homem e levou a mão até o cinto, a arma não
estava lá. Olhou em volta, mas já não havia nenhum rifle ali.
-
Está procurando por isso? – Perguntou o homem mostrando a pistola que Pierre
deveria estar carregando em sua cintura. – Achei por bem retirá-la antes de
você acordar.
-
Quem é você? – perguntou Pierre finalmente.
-
Oras... achei que nunca perguntaria. – O homem sorria tanto que Pierre sentia
um leve calafrio percorrer todo seu corpo. - Sou Bernhard Kiefer, oficial
montado servindo a Alemanha. Que você serve a França está claro pelo seu
uniforme, mas quem é você?
-
Pierre Duacin. Soldado francês. – respondeu Pierre. – Mas o que estamos fazendo
aqui? Cadê o restante do exército.
-
Os exércitos franceses recuaram. O arquiduque Carlos realmente os fez correr. –
Kiefer se aproximou de Pierre e o segurou pelo o ombro, enquanto os dois
caminhavam sobre os corpos. – Já você não teve tanta sorte em conseguir recuar,
caro amigo.
Pierre
tirou a mão do homem de seu ombro e olhou em volta. Só havia os dois entre o
monte de cadáveres franceses e austríacos. Pierre tinha uma chance, só precisaria
derrotar Kiefer e fugir novamente para a França. Quando Pierre se lançou contra
Kiefer, foi parado com a própria pistola apontada para sua face, o homem havia
sido mais rápido.
-
Calma lá, amigo. – Gritou Kiefer sorrindo, sempre sorrindo. – Vejo que é
bastante impulsivo, espero que não tenha sido um erro salvar sua vida.
-
Salvar minha vida? – Pierre estava surpreso com a declaração de Kiefer.
-
De certa forma, foi o que aconteceu. – Kiefer abaixou a arma e a guardou
novamente. – Quando cheguei aqui você ainda estava vivo. Não iria sobreviver
por muito tempo, mas eu te salvei. Te concedi a vida eterna.
Kiefer
olhou profundamente para Pierre e como que por magia seus olhos ficaram
vermelhos como o sangue que manchava seu rosto. O sorriso, agora mais macabro,
estava enfeitado com dois caninos pontiagudos que se destacavam.
-
O quê... o quê é isso? – Pierre realmente estava assustado com a situação. –
Que tipo de demônio você é?
-
Demônio? – Kiefer gargalhou alto mais uma vez. – Não sou um demônio, criança.
Sou a perfeição das espécies. Sou o ser perfeito, filho da noite. Sou um
vampiro. A propósito, você deve estar com fome.
Kiefer
se abaixou e pegou um dos corpos alemães que ali estava. Suspendeu o homem com
apenas uma das mãos e ofereceu para Pierre.
-
Beba um pouco, logo estará curado e poderemos seguir nossa viagem para a
capital.
-
Beber sangue? – Pierre estava atordoado. – Prefiro morrer de fome.
-
Não. – disse Kiefer. – Não prefere, não. Logo verá que a fome não é algo que se
controla. Venha criança, não temos a noite toda. Alimente-se. Coma como jamais
comera antes em sua vida, logo se sentirá tão bem que jamais irá querer parar
de comer.
Naquela
noite, Pierre se alimentou. Kiefer o havia transformado em um monstro devorador
de sangue. Sabia que seu destino estaria para sempre preso a esse fado. Suas
feridas cicatrizaram em questão de horas e logo ambos seguiram rumo a Berlim.
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O Legado de Caim
Por : Unknown
Conforme dito pela Leticia Coutinho ontem, hoje começaremos
os posts sobre vampirismo. Espero que gostem. A maioria dos textos foram
baseados em outros livros, séries, jogos, lendas e filmes; mas são todos nossas
próprias criações.
Texto tirado do
livro: “Lendas Primordiais*”
Capítulo IV: O Legado de Caim
Com a mente completamente dominada pelo ciúme, Caim atraiu
Abel até o campo e, lá chegando, matou seu irmão; foi este o primeiro homicídio
da história da humanidade. Após ver o que havia feito, Caim se encheu de
temores. Não poderia assumir para o seu Senhor o que havia sido capaz de fazer.
Quando a Mente Única o tocou, Caim sabia o que aconteceria.
Ela queria explicações, queria saber o que havia ocorrido.
– Onde está seu irmão Abel? – Ecoou a voz pelos campos e
montanhas.
– Não sei; – respondeu Caim. – Sou o responsável por meu
irmão?
– O que foi que você fez? – A mente ecoava por todos os
lados, deixando Caim mais apreensivo. – Escute! Da terra o sangue do seu irmão
está clamando. Agora amaldiçoado é você pela terra, que abriu a boca para
receber da sua mão o sangue do seu irmão. Quando você cultivar a terra, esta
não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo. Não
andará mais sob a luz do dia, mas terá as trevas em tua vida. Alimentar-se-á de
seus próprios semelhantes e malditos serão também seus descendentes. Não
morrerás, viverás eternamente, para que um dia possa se arrepender do que fez.
- Meu castigo é maior do que posso suportar. - Disse Caim
ao seu Senhor - Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua
face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me
matará!
- Não será assim; - A voz ecoou novamente fazendo Caim
tremer. - se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança. – Caim sentiu
seus olhos pegando fogo, mas na realidade não sabia o que havia acabado de
ocorrer.
Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na
terra de Node, a leste do Éden, onde edificou uma cidade com o nome de Enoque. Foi
em Enoque que Caim descobriu que poderia “amaldiçoar” outras pessoas com seu
próprio sangue.
Para sair de sua solidão Caim gerou doze “filhos”, seus
“filhos” geraram outros “filhos” e só então Caim entendeu que havia feito algo
errado. A terceira geração descendente da maldição de Caim, “filhos” de seus
“filhos” sentiam ódio e ciúmes entre si. Logo, Ernoque estava dizimada pela
guerra dos seus descendentes. Caim amaldiçoou suas crias e os proibiu de
gerarem novos “filhos”. Com sua arrogância e desprezo, renunciou seus “filhos”
e partiu, sem nunca mais voltar.
Os seus descendentes entenderam que se os humanos voltassem
sua atenção para seus “filhos”, eles logo seriam exterminados. Decidiram então
criar leis, onde a principal dela era esconder sua existência dos homens.
As leis vampíricas, criadas antes mesmo do grande dilúvio,
permanecem com todos os descendentes de Caim até hoje. Revelar sua identidade
ou fazer algo que coloque sua raça em risco é considerado um crime, punido com
a própria morte.
Caim nunca mais foi visto desde que deixou Enoque. A
maioria dos vampiros acredita que Caim já morreu há muito tempo. Outros dizem
que ele se esconde em algum lugar para algum dia voltar e salvar os vampiros de
sua destruição.
Devido a maldição de Caim, todos os vampiros possuem olhos
vermelhos, exceto quando se disfarçam para se passarem por humanos. Os
primeiros vampiros, inclusive Caim, não podiam andar sob a luz do sol, mas
atualmente eles podem... São apenas sensíveis a luminosidade.
*Baseado em “Vampiro – A Máscara.”
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Magia de Sangue
Por : UnknownPessoal o texto de hoje finaliza o primeiro ciclo do blog, o da Magia. Amanhã o +Breno Oliveira vai postar sobre um novo tema que terá outros seis posts: Vampiros. Eu particularmente adoro vampiros e já estou preparando minha primeira postagem sobre o tema.
Pra finalizar então, segue a postagem sobre Magia de Sangue.
Trechos retirados do livro: "Magia de Sangue e Possessões Demoníacas"
Magia de Sangue
A Magia de Sangue é tão antiga
quanto a própria magia. Segundo as lendas, foi a própria Lilith quem usou pela
primeira vez. Outros dizem que algum mago deve ter feito algum pacto com um
demônio para aprender esses segredos. Seja qual for a origem da magia de
sangue, bruxos a utilizaram durante toda a idade média para causar dor e
sofrimento nas pessoas.
No mundo atual, a magia do
sangue é descrita como sendo um dos tipos mais "escuros" de magia.
Foi banida da Ordem dos magos e qualquer um que a use é considerado um bruxo ou
necromante.
A magia em si não é má, mas
quem a usa corre riscos de ser possuído por demônios. Magos que usam a magia de
sangue são caçados incansavelmente pelos ágellos, guerreiros enviados pela
mente única para garantir o equilíbrio natural.
O uso da magia de sangue é algo
realmente traiçoeiro, já que abre completamente a passagem para os demônios
poderem sair de suas prisões. O medo que os ágellos sentem da magia de sangue,
os fazem ir o mais longe possível para proibi-la, caçando até mesmo magos que
nunca a usaram, mas que poderiam a fazer.
Muitos magos se vêem obrigados
a utilizar a magia de sangue para se proteger dos ágellos que encontram ai um
motivo para matá-los.
A magia de sangue é a prática
de usar o sangue como um combustível potente para feitiços. Esse sangue pode
ser fornecido tanto pelo mago que realiza o feitiço ou através sacrifícios,
seja querendo ou não. O uso de magia do sangue permite muitas vezes um mago
lançar feitiços que estariam além da capacidade de qualquer mago.
A principio se acreditava que a
magia de sangue era somente um método para usar feitiços mais potentes, até que
o warlock Alexander Gramel descobriu uma variedade de magias que só poderiam
ser usadas com sangue.
Enquanto a magia comum envia a
mente dos magos para junto da mente única, a magia de sangue serve para
encontrar as mentes. E é ai que reside as habilidades mais poderosas da magia
de sangue que permite desde ferir outros, até mesmo controlá-los por completo,
podendo até mesmo trazer a vida novamente a um corpo morto.
Escritos antigos do próprio
Alexander Gramel, sugerem que a magia de sangue pode alcançar poderes ainda
inimagináveis. Tais magias necessitariam de muitas vidas para se conjurar,
dizimando assim cidades inteiras.
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Ciclo I - Magia
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O Diário de Elizabeth - Parte II
Por : UnknownTrechos retirados do livro: O Diário de Elizabeth Danes
A segunda parte nos confirma que Elizabeth se transformou em um ghoul quando retornou dos mortos pela magia de sangue utilizada por Alexander Gramel. Naquela época ainda não existiam ghouls e Elizabeth não conhecia sua nova condição.
O Diário de Elizabeth Danes - Parte II
[...] A fome é muito ampla. Por mais comida que Alexander arranje para
mim eu nunca me basto. Ele diz que pode ser uma consequência do ritual.
Alexander está muito aflito.
Por sorte Celine não necessitou passar pelo que eu lidei. Ela continua
forte e saudável. Alexander amou a ideia de ter um filho e gosta muito de
brincar com ela. Ele ainda tem que se ausentar todas as noites para seus
estudos, mas ficamos bem. [...]
[...] Meus cabelos começaram a cair e uma enorme ferida decomposta
surgiu em minha mão. Por mais que Alexander gastasse pomadas e feitiços eu
estava entrando em apodrecimento.
Ele passa a maior parte de seu tempo agora decifrando os tomos que a
velha Falihi lhe conferiu. Não tem mais tempo para mim e para Celine. Estamos
indo para Florensia, dizem que há um druida que poderá nos auxiliar. [...]
[...] A morada do druida é um local extremamente abarrotado de doentes.
Fiquei em uma acomodação junto com uma senhora avocada Huar e seu bichano. Ela
realmente está muito mal e o felino fica miando a noite toda. A fome ainda não
acabou. A ferida se desdobrou por todo meu braço. Dizem que terei de amputá-lo.
Ainda bem que Alexander resolveu ficar com Celine em uma pensão. Não
queria que eles me vissem nesta posição. Sinto que estou perecendo para esta doença.
[...]
[...] A senhora Huar faleceu esta noite. Senti muito pela perda da
família. Estava com tanta fome que aproveitei a desatenção dos outros doentes e
comi o gato dela. Ainda não posso crer que isso ocorreu, mas minhas feridas
foram sanadas pela carne do gato.
Não sinto mais fome, não tenho mais lesões. Talvez essa seja a chave de
tudo, carne de gato. [...]
[...] Os gatos não estão mais fazendo efeitos. Sinto que devo encontrar
outra coisa para me atender. A fome grita dentro de mim como nunca. Cheguei
quase a comer parte de minha mão. Alexander trouxe um pouco de carne para mim,
a comi crua. [...]
[...] A carne que Alexandre me trouxe ontem serviu impecavelmente para
me satisfazer. Somente depois de muito questioná-lo, ele acabou revelando que se
tratava de carne humana. A princípio fiquei apavorada, mas logo entendi minha
nova condição.
Ao me trazer outra vez a existência, Alexander não tinha ciência que eu
não seria mais humana. Sinto que devo partir. [...]
[...] Alexander não conseguiu me trazer mais carne essa semana, sinto muito fome. Só não sinto mais pois cometi uma besteira na última noite. Não consegui me controlar, acabei atacando uma garota pela estrada. As pessoas desconfiam de lobos, ainda bem que eles não sabem que fui eu. [...]
[...] Pela primeira vez senti medo de ser o que eu sou. Ao ver Celine brincar no jardim, com o pai, só podia pensar no quão apetitosa ela me parecia. Meu cônjuge e minha filha podem
estar correndo riscos comigo aqui. Deixarei um bilhete explicando minha falha, irei partir.
Espero que consigam sobreviver melhor sem mim e que possam um dia me perdoar.
[...]
Segundo as informações que temos, “O Diário de Elizabeth Danes” foi
encontrado em um cemitério perto de Praga. Se o que está escrito for verdade,
ela deve ter o deixado enquanto procurava por comida ou em estado de frenesi. O
paradeiro de Elizabeth Danes é desconhecido.
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Ciclo I - Magia
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A Ordem e a Magia
Por : Unknown
Bom pessoal, falamos muito de
magia e magos por aqui e me vi na necessidades de explicar algumas coisas para
vocês. Neste texto irei falar sobre magia, sobre a Ordem e a diferença entre um
mago, um bruxo e um feiticeiro. Espero que gostem!
Foram utilizados trechos dos livros: “A Formação da Ordem”, “Os Grandes Destur Mobds” e “Enciclopédia Daemon”.
Mistérios da Magia
Imagem: Wolfgang Hohlbein |
A magia é um fenômeno físico
natural, tal como a gravidade ou o magnetismo. Poucas pessoas nascem com o dom
de se conectar a mente única e moldar a energia ao seu gosto. Sabe-se também
que a magia é genética, podendo ser passada entre as linhagens.
Ela vem da mente única, o local
onde todos os espíritos e toda a energia se concentram. Usar a magia chama a
atenção dos seres que lá habitam, aumentando as chances de uma possessão
demoníaca, caso o mago não esteja sempre atento. Isso pode acontecer mesmo se o
mago não utilizar a magia de sangue, um lado escuro da magia que foi ensinada
por demônios.
A magia é tão antiga quanto a
mente única, podendo ser considerada a primeira forma de ocultismo presente em
nosso planeta.
Durante a era medieval após o
surto da Peste Negra no século XIV, causado pela magia de sangue, e inúmeros casos
de bruxos que utilizavam seus dons para o mal, foi criada a Ordem, por Francis
Upve.
A Ordem é uma organização de
magos que tem como objetivo treinar e instruir jovens magos no caminho da
magia. É comandada pelos magos mais antigos e poderosos, conhecidos como Destur
Mobds (homens perfeitos).
No total a ordem possui cinco Destur
Mobds, um novo só é eleito pelo restante quando um Destur morre. São eles que
controlam todos os aspectos da Ordem, inclusive o que é permitido e o que é
proibido para os magos.
Todas as crianças que mostravam
aptidão para a magia, mesmo que não habituadas ao ocultismo, eram retiradas de
sua família e entregues a algum mago, geralmente Herbods (magos noviços recém
graduados da Ordem) ou Mobeds (Mestres, poucas crianças conseguem treinamentos
de Mobeds, apenas as que possuem dons acima do comum) para que sejam treinadas
até atingirem a idade adulta.
Os magos que não se juntam a
Ordem são considerados Warlocks. Warlocks por sua vez são divididos em dois
tipos: Bruxos e Feiticeiros.
Os bruxos nada mais são do que
aqueles magos que praticam bruxaria. Bruxaria é sinônimo de Magia Negra (ato de
usar as forças da natureza para influenciar negativamente as pessoas e os
fatos), incluindo a Magia de Sangue. Todo aquele mago, desertor da Ordem que
pratica magia negra é denominado bruxo.
Já os feiticeiros são aqueles que se dedicam a pratica de feitiçaria.
Geralmente não seguem nenhuma corrente filosófica. Seus feitiços estariam relacionados a
encantos e seduções. Feitiço seria a transmutação de algo, uma mudança do
natural através de palavras e gestos. Muitos bruxos que praticam Magia Branca
preferem serem chamados de Feiticeiros. No entanto só são considerados
feiticeiros os que ainda não foram recrutados pela Ordem, sendo todos os
desertores bruxos.
Antigamente o termo warlock era
utilizado apenas para magos muito antigos (antes da criação da Ordem) e para os
que ainda não haviam sido recrutados pela Ordem. Porém, com algumas debandadas
após a iniciação, alguns desertores foram taxados de warlocks.
São considerados warlocks
qualquer tipo de mago que não segue a Ordem, sendo eles xamãs, druidas e pajés.
Sendo sempre categorizados entre feiticeiros, geralmente inofensivos e bruxos,
altamente perigosos.
A Ordem possui sede na maioria
dos países, sempre que se depara com alguma criança com habilidades para a
magia a tira das famílias e as leva para longe. Um mago sem treinamento pode
ser perigo constantes para as leis dos daemons (termo comum a todas as criaturas
sobrenaturais).
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Ciclo I - Magia
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Frank Epnahar
Por : Unknown
Eba!
Chegou minha vez de publicar um conto aqui \õ! Escolhi um que eu
particularmente adoro, o de Frank Epnahar. Esse conto nos mostra que todos
estamos sujeitos a falhas, não importa qual seja nossa posição. Conto
retirado do livro “Os Grandes Destur Mobds”.
Os grandes Destur Mobds: Capítulo II - Frank Epnahar
Imagem: Aleksev Kovalenko |
Frank
Epnahar fez parte da segunda linhagem de Destur Mobds da Ordem. Tomou posse com
a morte de Francis Upve, o grande mestre. No princípio, alguns membros foram
contra a posse de Epnahar, devido seu envolvimento com Magia de Sangue em seu
passado, mas no fim, através de votação, Epnahar conseguiu o cargo.
O
envolvimento de Epnahar com a Magia de Sangue se deu em meados de 1356. Com o
fim da Peste Negra e querendo manter todos os cidadãos saudáveis, os reinos
contratavam magos para protegerem e curarem. Epnahar tinha apenas 20 anos e
trabalhava na vila de Alboser, Alemanha.
Durante
uma de suas visitas à floresta para recolher ervas medicinais e cogumelos,
Epnahar avistou uma bruxa, cercada dos corpos já sem vida dos lenhadores da
cidade. A mulher utilizava magia de uma forma que Epnahar só havia escutado
falar, ela utilizava sangue.
Estranhamente,
nenhum cidadão parecia ter sido enfeitiçado ou amaldiçoado. Ao questionar a
bruxa sobre o que fazia ali, recebeu apenas uma gargalhada de deboche, como que
o convidasse para um duelo. Epnahar era mais esperto do que se podia imaginar,
ele não caiu em sua armadilha e voltou para seus aposentos.
Quando
deu por si, percebeu que a mulher o havia seguido. Ela revelou que estava, aos
poucos, drenando toda a energia vital da cidade e que logo teria sangue o
suficiente para se tornar a mais poderosa maga da Alemanha. Epnahar a ameaçou,
mas a bruxa zombou de seus poderes e o subestimou, saindo de seus aposentos.
O
mago então percebeu que o desdém da bruxa seria seu fim. Meditou durante
algumas horas até conseguir se conectar a mente única. Sentia o poder em suas
mãos, poderia fazer o que quisesse. Atraiu a mulher para um local afastado,
nenhuma pessoa inocente poderia se ferir. A mulher, mesmo sabendo das intenções
de Epnahar o seguiu até o bosque. Ele usou sua magia para matá-la, mas se
surpreendeu ao ver que nada a acontecia. Começou então a se sentir fraco e
notou que a bruxa estava drenando ele.
Correu
até seus aposentos e pegou um livro velho de seu mestre, que nunca o havia
deixado ler. Era magia de sangue. Epnahar já conhecia seus princípios, só
necessitaria do feitiço correto. E foi o que ele conseguiu.
Voltou
novamente a enfrentar a bruxa, mas dessa vez preparado. A mulher ainda o
subestimava, mas quanto Epnahar cortou sua própria mão e lhe lançou a maldição
ela pareceu não acreditar. Como não havia se preparado para isso, a mulher
soltou um grunhido enquanto seu sangue era totalmente drenado por Epnahar.
Quando
usou a magia de sangue, o mago entendeu o porquê de tantas pessoas se renderem
a ela. Era doce, era completa. Sentia-se o mago mais forte que poderia se ter
no mundo. Naquele dia, Epnahar havia salvado toda a vila de Alboser.
Não
se tem mais noticias sobre se algum dia Frank Epnahar usou novamente a magia de
sangue. O que se sabe é que ele se tornou o maior e mais respeitado Destur
Mobds da Ordem. Com o tempo, o fato de ter usado a magia de sangue fez com que
Epnahar fosse esquecido pelos mestres, mas logo voltaram a ensinar sobre ele, apenas
omitindo o fato.
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