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Postedo por : Unknown quinta-feira, 9 de maio de 2013

Fala galera, bom eu não sou muito bom com vampirismo, mas espero que gostem do texto que preparei para hoje. É sobre uma transformação durante a revolução francesa, no ano de 1796 na batalha do arquiduque Carlos da Áustria com Jourdan da França.

Retirado do livro "1796"

Capítulo II – A sombra da Guerra



 Quando Pierre abriu os olhos novamente, demorou a entender onde estava. Só depois de alguns minutos percebeu que ainda estava em território alemão. Havia sido atingido e estava caído ao solo, junto com muitos outros soldados. A sua frente estava aquele estranho homem pálido, com o rosto coberto de sangue.
O homem claramente vestia o uniforme do exército alemão. Pierre então percebeu que morreria ali. Suas roupas estavam encharcadas de sangue, sentia também o gosto ferroso em sua boca. Os olhos ardiam como se pegassem fogo.
- Vejo que despertou. – disse o homem enquanto se sentava sobre alguns corpos. Suas roupas estavam completamente banhadas de sangue e trazia em seu rosto um sorriso sinistro. Os olhos fundos, a face magra; deveria ser um homem de meia idade. – Você deve estar faminto.
Pierre sentia fome. Levantou-se cuidadosamente, seu ferimento na barriga ainda sangrava. Afastou-se um pouco do homem e levou a mão até o cinto, a arma não estava lá. Olhou em volta, mas já não havia nenhum rifle ali.
- Está procurando por isso? – Perguntou o homem mostrando a pistola que Pierre deveria estar carregando em sua cintura. – Achei por bem retirá-la antes de você acordar.
- Quem é você? – perguntou Pierre finalmente.
- Oras... achei que nunca perguntaria. – O homem sorria tanto que Pierre sentia um leve calafrio percorrer todo seu corpo. - Sou Bernhard Kiefer, oficial montado servindo a Alemanha. Que você serve a França está claro pelo seu uniforme, mas quem é você?
- Pierre Duacin. Soldado francês. – respondeu Pierre. – Mas o que estamos fazendo aqui? Cadê o restante do exército.
- Os exércitos franceses recuaram. O arquiduque Carlos realmente os fez correr. – Kiefer se aproximou de Pierre e o segurou pelo o ombro, enquanto os dois caminhavam sobre os corpos. – Já você não teve tanta sorte em conseguir recuar, caro amigo.
Pierre tirou a mão do homem de seu ombro e olhou em volta. Só havia os dois entre o monte de cadáveres franceses e austríacos. Pierre tinha uma chance, só precisaria derrotar Kiefer e fugir novamente para a França. Quando Pierre se lançou contra Kiefer, foi parado com a própria pistola apontada para sua face, o homem havia sido mais rápido.
- Calma lá, amigo. – Gritou Kiefer sorrindo, sempre sorrindo. – Vejo que é bastante impulsivo, espero que não tenha sido um erro salvar sua vida.
- Salvar minha vida? – Pierre estava surpreso com a declaração de Kiefer.
- De certa forma, foi o que aconteceu. – Kiefer abaixou a arma e a guardou novamente. – Quando cheguei aqui você ainda estava vivo. Não iria sobreviver por muito tempo, mas eu te salvei. Te concedi a vida eterna.
Kiefer olhou profundamente para Pierre e como que por magia seus olhos ficaram vermelhos como o sangue que manchava seu rosto. O sorriso, agora mais macabro, estava enfeitado com dois caninos pontiagudos que se destacavam.
- O quê... o quê é isso? – Pierre realmente estava assustado com a situação. – Que tipo de demônio você é?
- Demônio? – Kiefer gargalhou alto mais uma vez. – Não sou um demônio, criança. Sou a perfeição das espécies. Sou o ser perfeito, filho da noite. Sou um vampiro. A propósito, você deve estar com fome.
Kiefer se abaixou e pegou um dos corpos alemães que ali estava. Suspendeu o homem com apenas uma das mãos e ofereceu para Pierre.
- Beba um pouco, logo estará curado e poderemos seguir nossa viagem para a capital.
- Beber sangue? – Pierre estava atordoado. – Prefiro morrer de fome.
- Não. – disse Kiefer. – Não prefere, não. Logo verá que a fome não é algo que se controla. Venha criança, não temos a noite toda. Alimente-se. Coma como jamais comera antes em sua vida, logo se sentirá tão bem que jamais irá querer parar de comer.
Naquela noite, Pierre se alimentou. Kiefer o havia transformado em um monstro devorador de sangue. Sabia que seu destino estaria para sempre preso a esse fado. Suas feridas cicatrizaram em questão de horas e logo ambos seguiram rumo a Berlim.

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